
Morreu o pai de uma japonesa sequestrada por agentes norte-coreanos décadas atrás. Arimoto Akihiro tinha 96 anos. Com isso, só permanece vivo até agora apenas um dos pais de uma dúzia de japoneses sequestrados que continuam desaparecidos.
A filha de Akihiro, Keiko, foi sequestrada em 1983 enquanto viajava pela Europa depois de concluir um programa de estudos no Reino Unido. Foi descoberto que ela se encontrava na Coreia do Norte em 1988, mas ela nunca foi repatriada ao Japão.
Junto da esposa Kayoko, Akihiro participava de campanhas para trazer a filha e outros sequestrados de volta para casa. Kayoko morreu em 2020, aos 94 anos.
Akihiro participava de atos públicos e outras reuniões realizadas por parentes dos sequestrados. Também apelou ao governo japonês para que redobrasse seus esforços no sentido de garantir o retorno o mais rápido possível.
No mês passado, Akihiro chegou a comemorar o 65º aniversário da filha Keiko em sua casa, na cidade de Kobe, no oeste do Japão. Ele emitiu um comentário por escrito na época, dizendo que não podia desejar diretamente um feliz aniversário para a filha, pois ela não estava junto dele.
Também declarou que só tinha a dizer que ela esperasse um pouco mais. Ele acrescentou que iria continuar pensando no que podia ser feito para chegar a uma solução enquanto estivesse vivo.
O governo do Japão diz que pelo menos 17 de seus cidadãos foram sequestrados pela Coreia do Norte nas décadas de 1970 e 1980. Cinco voltaram para casa após uma cúpula bilateral em 2002. O paradeiro dos outros 12 permanece desconhecido.
Entre os pais dos 12 desaparecidos, Yokota Sakie, de 89 anos, mãe da sequestrada Megumi, agora é a única a estar viva.
A notícia da morte de Akihiro ocorre logo depois de um grupo de parentes dos sequestrados japoneses ter adotado uma nova disposição durante sua reunião com apoiadores em Tóquio no domingo (16).
O preceito, no momento em que foi decidido, exigia que todos os sequestrados restantes fossem repatriados de uma só vez enquanto os dois pais ainda estivessem vivos.
Também exigia que o Japão impusesse sanções muito mais rígidas à Coreia do Norte caso o retorno não se concretizasse dentro do prazo.
Fonte: NHK World Japan
Foto: Divulgação