O Japão relembra vítimas do ataque com gás sarin no sistema de metrô de Tóquio nesta quinta-feira em que se completam 30 anos da tragédia.
Em pleno horário de pique no dia 20 de março de 1995, integrantes da seita Aum Shinrikyo liberaram o gás nervotóxico em vagões lotados de três linhas de metrô da região central de Tóquio. Catorze pessoas morreram e cerca de 6.300 foram intoxicadas ou sofreram consequências.
Em torno das 8 horas da manhã desta quinta-feira — quase no instante do ataque —, funcionários da estação de metrô Kasumigaseki observaram um minuto de silêncio.
Familiares de vítimas, indivíduos afetados pelo ataque e passageiros do metrô depositaram flores em um estrado na estação e oraram.
Entre eles estava Takahashi Shizue, que perdeu o marido, então assistente de chefia na Estação de Kasumigaseki.
Ela relata que, quando vai à estação, sempre se lembra com clareza daquele dia, 30 anos atrás, e sente uma tristeza crescente.
Takahashi ressalta que muitas coisas mudaram desde então. Menciona a existência do risco de propagação, sem verificação, de notícias falsas e outras formas de desinformação.
Ela exorta os jovens a verificar se as informações são verdadeiras e a tomar cuidado para não ser influenciados por seitas.
O ex-líder da Aum Shinrikyo, Asahara Shoko, cujo nome verdadeiro era Matsumoto Chizuo, e outras 12 pessoas foram condenadas à pena de morte pela série de crimes atribuída ao culto. Eles foram executados em 2018.
Atuam hoje no Japão três grupos considerados sucessores da Aum Shinrikyo. São mantidos sob constante vigilância em cumprimento a uma lei destinada a impedir mortes indiscriminadas. Ainda hoje, a Agência de Inteligência em Segurança Pública realiza buscas em suas instalações.
Pessoas afetadas pelo ataque terrorista sem precedentes e familiares de vítimas instam o governo a transmitir lições tiradas da tragédia a novas gerações. Além disso, querem que as autoridades vigiem continuamente grupos sucessores da seita, já que hoje um número crescente de pessoas revela pouco conhecimento do ataque.
Fonte: NHK World Japan
Foto: Divulgação