O governo do Japão afirmou que quase 300 mil pessoas poderiam morrer se um grande terremoto, previsto para ocorrer na Fossa de Nankai, acontecesse no local situado no Oceano Pacífico, ao largo da costa do país.
Na segunda-feira, o governo divulgou uma projeção atualizada do número de mortos e danos causados pelo megaterremoto. Disse que, na pior das hipóteses, o sismo poderia matar 298 mil pessoas e destruir ou incendiar 2,35 milhões de edifícios, incluindo casas.
Em comparação com a estimativa anterior divulgada há mais de uma década, o número de mortos é apenas 8% menor, ao passo que os danos em edifícios caíram somente 2%.
A projeção mais recente não pode ser comparada diretamente com a anterior devido aos dados geográficos atualizados que expandiram as áreas com risco de inundação por tsunami. Contudo, fica aquém das metas de mitigação de desastres estabelecidas pelo governo em 2014, que visavam reduzir o número de mortos em 80% e a quantidade de edifícios destruídos ou queimados em cerca de 50% em dez anos.
Tais metas não foram alcançadas, pois muitas casas e edifícios em determinadas áreas ainda não são resistentes a terremotos.
Certos especialistas questionaram o método empregado para realizar a projeção.
Mudanças nos últimos dez anos na conscientização dos moradores a respeito da necessidade de evacuar não se refletiram na projeção, já que nenhum levantamento regular ocorreu durante esse período.
O professor Sekiya Naoya, da escola de pós-graduação da Universidade de Tóquio, que é membro do grupo de trabalho do governo que compilou a projeção, afirmou que essas mudanças na conscientização pública deveriam ter sido refletidas. Ele lembrou que os exercícios de evacuação se tornaram mais frequentes em regiões de risco, em comparação com antes do desastre de 2011 no nordeste do Japão.
Fonte: NHK World Japan
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