Bolsonaro diz que preferiria ministros “casca grossa” em vez de generais

Segundo o ex-presidente, os cargos palacianos precisariam ter ministros mais “parrudos”, dispostos a “enfrentar o sistema”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) insinuou nesta quarta-feira (22/1) que os generais que ocuparam ministérios palacianos durante seu governo eram frouxos. Em entrevista a um canal bolsonarista, ele disse que se tivesse a oportunidade de recomeçar, teria escolhido ministros mais “casca grossa” para as pastas.

“O sistema tá forte, tá aí. Faltou competência para nós, malícia. Você me pergunta o que eu faria diferente. Os ministros palacianos seriam diferentes. Eu não teria mais alguns nomes, um general ali. Eu não teria mais general ali. Teria ministro mais parrudo, mais casca grossa, para enfrentar o sistema”, disse Bolsonaro ao canal Fio Diário.

Os ministérios palacianos são: Casa Civil; Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Secretaria-Geral e Secretaria de Governo. As chefias dessas pastas foram ocupadas pelos seguintes generais:

  • Augusto Heleno – suspeito de integrar a trama golpista de 2022, comandou o GSI de 2019 a 2022;
  • Walter Braga Netto – preso desde dezembro por participação, segundo a Polícia Federal, na trama golpista do fim de 2022. Comandou a Casa Civil também foi ministro da Defesa;
  • Santos Cruz – foi o terceiro ministro demitido no governo Bolsonaro. Chefiou a Secretaria de Governo de janeiro a junho de 2019;
  • Luiz Eduardo Ramos – comandou a Secretaria de Governo de 2019 a 2021, a Casa Civil em 2021 e a Secretaria-Geral da Presidência de 2021 a 2023.

Na mesma entrevista, Bolsonaro disse que seria “fácil” dar um golpe em 2022. Mas que sua experiência como militar, deputado e presidente lhe diziam que haveria consequências no “day after”.

“O que eu poderia fazer fora das quatro linhas? Diga. Ponto final. Fazer besteira? É fácil. Eu quero ver o after day, o dia seguinte. A idade que eu tenho, a experiência que eu tinha de 28 anos de parlamento, 15 de Exército e três na Presidência, a gente sabe o que se pode fazer, a gente sabe das consequências”, afirmou o ex-presidente.

Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal no fim de 2023 em um inquérito que investiga uma tentativa de golpe liderada por ele com a participação de seus aliados depois de perder as eleições de 2022.

Fonte: Correio Braziliense

Foto: Youtube   

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