O primeiro-ministro do Japão, Kishida Fumio, pediu que se iniciem as negociações para a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Kishida fez o pronunciamento em discurso na Assembleia Geral da ONU em Nova York, na terça-feira.
O premiê afirmou que a invasão russa à Ucrânia abalou as bases da ordem mundial, que as Nações Unidas vinham trabalhando para construir desde sua fundação. Acrescentou que a invasão é um ato que viola a filosofia e os princípios da Carta da ONU.
Kishida ressaltou que os ataques conduzidos pela Rússia, que é membro permanente do Conselho de Segurança, também colocam a credibilidade do próprio conselho em xeque.
O primeiro-ministro japonês disse que é hora de retomar os ideais e princípios da ONU e unir poder e sabedoria. Afirmou que para fazê-lo, é necessário reformar a ONU e fortalecer suas funções.
Kishida disse que negociações por escrito precisam ser iniciadas para reformar o Conselho de Segurança, que tem sido descrito com frequência como disfuncional.
Ressaltou também a importância do Estado de Direito, e prometeu esforços no fortalecimento deste princípio para quando o Japão se tornar um dos membros não permanentes do Conselho a partir de janeiro. Kishida expressou decepção diante do resultado da última conferência de revisão do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, em que não foi adotado um documento final devido à oposição da Rússia. Ainda assim, Kishida disse que não vai desistir. Como líder do único país que sofreu bombardeios atômicos, ele disse que o Japão vai continuar a avançar sua missão, com uma motivação histórica, de concretizar um mundo livre de armas nucleares.
O premiê também ressaltou que se passaram 20 anos desde que a Coreia do Norte admitiu ter sequestrado cidadãos japoneses. Disse que não há mudança na política japonesa de obter uma resolução abrangente de questões pendentes, que incluem os sequestros e os programas nuclear e de mísseis de Pyongyang. Kishida reiterou sua disposição de se encontrar com o líder norte-coreano Kim Jong Un sem quaisquer condições prévias.
Fonte: NHK World Japan
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